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O crescimento explosivo das plataformas de apostas esportivas no Brasil deixou de ser apenas um fenômeno de entretenimento. Hoje, é uma preocupação real para autoridades econômicas, instituições de saúde e, principalmente, para as famílias brasileiras.

Segundo dados recentes do Banco Central apresentados à CPI das Bets, os brasileiros enviaram cerca de R$ 22 bilhões por mês para plataformas de apostas no primeiro trimestre de 2025. Se esse ritmo for mantido, o valor anual chegará a R$ 270 bilhões, o que representa quase 20% da massa salarial do país.

O que esse número realmente representa?

Quando quase um quinto da renda nacional passa, em algum momento, por casas de apostas, estamos diante de uma mudança estrutural no consumo. O dinheiro que antes era destinado ao lazer tradicional, alimentação, transporte ou saúde está sendo, cada vez mais, redirecionado para apostas online, que cresceram significativamente em número de usuários no último ano.

O IBGE, inclusive, passou a incluir as apostas online na nova edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), reconhecendo o peso que elas passaram a ter no orçamento doméstico. Entre famílias com renda de até três salários mínimos, os gastos com apostas já representam 4,1% das despesas de lazer, valor próximo ao de itens como cerveja (5,8%) e carne para churrasco (6,3%).

A crise é ainda maior entre os brasileiros de menor renda

A realidade é mais preocupante quando olhamos para a base da pirâmide social. Entre quem ganha até dois salários mínimos:

• 38% apostam mensalmente
 • O gasto médio é de R$ 87 por mês
 • Isso representa 8,4% da renda familiar sendo destinada a jogos de azar

Nas faixas de renda superiores, o valor absoluto é maior, mas o peso proporcional é menor, o que indica um risco muito mais alto de comprometimento financeiro entre os mais vulneráveis.

O impacto vai além do bolso

O redirecionamento de renda para apostas tem efeitos diretos na qualidade de vida. Segundo pesquisa da Datafolha e FGV, 29% dos brasileiros já deixaram de fazer algum programa de lazer para apostar. Isso inclui momentos de convívio social, autocuidado e bem-estar, pilares importantes da saúde emocional.

O Ministério da Saúde, inclusive, discute medidas como telas de alerta após perdas seguidas, diante do risco crescente de vício. Um estudo-piloto da Unifesp apontou que a medida pode reduzir em 6% o ticket médio, mas ainda é pouco frente à força do apelo emocional envolvido nas apostas.

Qual o papel das empresas diante disso?

Esse é um tema que precisa sair das estatísticas e chegar às rodas de conversa dentro das empresas.

Colaboradores que apostam de forma compulsiva, comprometem renda essencial ou sofrem com dívidas silenciosas tendem a apresentar:

• Queda de produtividade
 • Estresse financeiro e emocional
 • Problemas de relacionamento com colegas e familiares
 • Risco maior de absenteísmo

Mais do que uma questão pessoal, o endividamento gerado por apostas é um problema de gestão de pessoas. Empresas que desejam promover qualidade de vida, bem-estar e desempenho sustentável precisam oferecer acolhimento e educação financeira efetiva.

Como a SeuDin pode ajudar?

Na SeuDin, acompanhamos de perto esse movimento. Nossa plataforma identifica sinais de risco financeiro e ajuda os colaboradores a tomarem decisões mais conscientes, mesmo diante de pressões como as apostas online.

Além disso, oferecemos conteúdos educativos, orientação humanizada e ferramentas práticas para reorganizar a vida financeira. Porque educação financeira vai muito além dos números. Envolve hábitos, emoções e escolhas cotidianas.

Ignorar esse cenário é negligenciar um dos maiores desafios financeiros da nossa geração. Um problema que já impacta diretamente a saúde mental, o bem-estar e a estabilidade das famílias brasileiras.